Tudo aconteceu na véspera de NATAL. Geralmente no dia 24 de dezembro acordamos todos felizes pois estamos prestes a comemorar um dia em que muitos nem sabem o significado é o aniversário de nascimento do filho de Deus e, nesta festa, adquire novo sentido o nascimento de qualquer pessoa, a vida de cada um de nós.
Eu tinha mais ou menos 10 anos de idade, já estava de roupa nova comprada, ajudando minha mãe preparar a Santa Ceia onde recebemos familiares e amigos.
Ao anoitecer já estamos todos preparados esperando dar meia noite para sentarmos e poder fazer uma ceia igual a de todas as famílias felizes, mas na minha casa isso raramente acontecia. Faltando poucos minutos chega meu pai transformado, entrou pela porta da cozinha jogando todas as comidas no chão atropelando tudo que via em sua frente.
Minha cunhada desesperada passando os meus sobrinhos pela janela, minha mãe gritando e meus irmão tentando conter meu pai, o que era praticamente impossível, ele parecia um demônio. Meus irmão tentaram amarrar meu pai com uma corda o que não deu certo também ele conseguiu sair e espancavas meus irmãos, era de uma crueldade sem tamanho. Eu vendo aquilo entrei no meio ele me segurou no colo dele e colocava o revolver em minha cabeça dizendo que iria me matar, quando minha mãe viu o que ele estava fazendo comigo, ela já estava próxima do portão para pedir ajuda, voltou correndo ele começou a fazer a mesma coisa com ela. Foi então que meu irmão Rander mesmo com a perna quebrada foi para cima do meu pai, logo ele me soltou e minha me levou para casa de uma vizinha, onde ficamos todos, até que a policia chegasse. Mas quando chamávamos a policia e falava que era na casa do Jairão eles não vinham quando vinham demoravam horas demoravam tempo suficiente para ele fugir depois de acabar com todos.
Passado o acontecido, olhávamos em volta o que era para ter sido uma comemoração era uma destruição só, meus irmãos todos machucados comida não tinha sobrado nada meu pai tinha acabado com tudo. Enquanto estávamos na porta da casa da vizinha falando sobre o acontecido chegou no portão da casa mais ou menos quatro pessoas de moto, um estava vestido de papai noel, era os amigos do meu pai, que ele tinha ligado para que viesse ajuda-lo, só que o papai noel era conhecido da minha mãe, ficou comigo no colo me agradando tentando me deixar feliz por alguns minutos, o que já era impossível, meu amor por meus irmãos era grande demais, não conseguia me sentir feliz olhando para eles mesmo sendo uma criança. Logo esses amigos do meu pai foram embora, e em seguida tentamos dormir, mas acredito que ninguém conseguiu. E como sempre no outro dia meu pai ligava pedindo perdão, chorava tentava de todas as maneiras se desculpar e acabávamos desculpando por medo, o medo era maior.
